Empresas pernambucanas ja estabeleceram negócios com o estaleiro e agora se preparam para atender a refinaria.
Há dois ou três anos, garantir a participação de empresas pernambucanas como fornecedoras das cadeias de petróleo, gás, naval e offshore que estavam surgindo em Suape era uma drama. Os grandes empreendimentos, como o Estaleiro Atlântico Sul, estavam apenas começando a se implantar, mas já se falava de capacitação como algo urgente, sob pena de perdermos as encomendas de produtos e serviços para outros estados. Agora, estamos navegando em águas mais calmas. Mais de 500 empresas pernambucanas já fornecem para o estaleiro e muitas começam a se preparar para fornecer também para a Refinaria Abreu e Lima.
O esforço que se fez e ainda se faz tem muitos pais e mães. Foram muitas reuniões, muitos diagnósticos, muito treinamento, envolvendo diversos sindicatos e instituições como a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) – e seus órgãos Senai, IEL e Ciepe – e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Como reforço, foi instituído em Pernambuco um fórum regional do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp).
“É preciso somar esforços. Tanto de instituições como de empresas, pois sozinhas, na maioria das vezes, elas não conseguem atender à demanda desses empreendimentos”, diz o superintendente do Sebrae-PE, Nilo Simões. Como exemplo ele cita os milhões de blocos de cimento que a Petrobras vai precisar comprar para a refinaria. “Por isso os consórcios. São milhões de blocos. Não existe nenhuma empresa em Pernambuco que possa atender sozinha a uma demanda como essa”, completa.
Se é difícil para as grandes, imagine para as pequenas. O Sebrae-PE encomendou um levantamento para identificar as oportunidades de negócios e assim facilitar a inserção das micro e pequenas. Acabou de ficar pronto. Até o início de agosto, a partir desse diagnóstico, serão publicados 23 volumes, cada um dedicado a um segmento diferente, como terraplenagem, construção civil, montagem, manutenção. Quem ainda tem dificuldade de enquadramento encontrará ali algumas dicas para se aperfeiçoar.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simmepe), Sebastião Pontes, afirma que esse esforço incluiu a participação em feiras nacionais e internacionais de eletro-metal-mecânica e do setor naval. “Hoje, cerca de 70 associados já estão fornecendo para o estaleiro”, comemora. Ele é diretor comercial da Polifrio, indústria de equipamentos de refrigeração sediada em Abreu e Lima, que forneceu câmaras frigoríficas para o refeitório do estaleiro.
Opinião da Cysneiros Consultores:
Para Flammarion Cysneiros, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento de Projetos da ICOMUNI Consultoria, as micro empresas pernambucanas estão se planejando para atender as novas demandas de Suape.
