Como inovar no processo organizacional? Como disponibilizar o conhecimento dos colaboradores para toda empresa? Para Patricia Yoshioka, da área de gestão do conhecimento e inovação da empresa farmacêutica, Daiichi Sankyo, a resposta para essas perguntas é a palavra “colaboração”.
Foi por meio da colaboração que a empresa colocou em prática um dos melhores exemplos de gestão do conhecimento: uma enciclopédia livre com acesso para todos os colaboradores, com objetivo de compartilhar conhecimento por toda e em toda a empresa. “Com a colaboração de todos, criamos a enciclopédia Giimipedia em apenas sete dias”, explicou Patricia, durante o Global Make Conference, que aconteceu em São Paulo, no final de maio.
A enciclopédia livre foi construída no modelo Wiki, o software livre disponibilizado na web pela Fundação WikiMedia, mais conhecida pela enciclopédia Wikipédia. “Customizamos o software para nossa empresa e estimulamos o compartilhamento do conhecimento das pessoas, seguindo os princípios do Wikipédia”, disse Patrícia.
O GiiMiiPedia estimula todos os colaboradores da Daiichi Sankyo a contribuírem com seu conhecimento de forma a reduzir o tempo e investimentos para reensinar novos colaboradores e permitir que soluções de problemas aplicáveis para um contexto possam servir como base para solucionar problemas em outros contextos (transferência de know-how).
Inovação e desafio
“Esta visão sustenta nossa abordagem de gestão de conhecimento e inovação como uma plataforma única. Por meio da gestão de conhecimento é possível praticar a inovação legítima. A inovação prescinde da liberdade gerada pelo compartilhamento do conhecimento”, completou ela.
O funcionamento do Giimiipedia é simples: a partir de um nome de usuário e uma senha, todos os profissionais da Daiichi Sankyo Brasil têm acesso ao banco de dados, podendo consultá-lo e atualizá-lo com informações que abrangem termos técnicos, conceitos e benefícios. O trabalho exige, assim, a conscientização dos funcionários em deixar disponíveis somente informações que sejam de interesse do cotidiano profissional da empresa.
De acordo com Roberto Ferreira Slepetys, o principal desafio é a adesão dos funcionários, já que se trata de uma iniciativa livre e não existe obrigatoriedade para a contribuição. “Optamos por trabalhar com a conscientização por meio da colaboração em massa, como por exemplo, a área operacional e TI utiliza a plataforma para compartilhar técnicas de desenvolvimento, a área médica compartilha estudos clínicos, a área fabril compartilha conhecimentos técnicos, a área de educação propaga informações médicas e científicas em conjunto com outras áreas, e assim por diante”, explicou.
Além de custo zero, a principal vantagem para a empresa é transformar o conhecimento individual em conhecimento coletivo reduzindo o retrabalho. “E para os profissionais, a gestão do conhecimento permite que cada funcionário seja parte ativa da empresa, abrindo muitas oportunidades de reconhecimento do conhecimento e capacitação, que estaria de outra forma encoberta em aplicações específicas, bem como possibilita o acesso a conhecimento de outros para solução de problemas que ele se vê envolvido”, completou Patrícia.