Veja os primeiros resultados do Edital Senai-Sesi de Inovação


Edital Senai-Sesi de InovaçãoEmpresas solicitaram R$ 42 milhões mas verba é de apenas R$ 10 milhões. Demanda excedente poderá ser atendida caso agências de fomento aprovem Programa Inovar para Crescer

O sexto edital Senai-Sesi de Inovação recebeu, ao todo, 267 projetos, sendo 206 propostas para a parceria apenas com o Senai, 28 para parceria com o Sesi e 33 de projetos compartilhados Senai-Sesi. “Em 2008, foram 98 projetos encaminhados ao Senai, ou seja, este ano foi mais do dobro. Batemos o recorde em 2009. A expectativa do Senai era de receber 180 propostas apenas para projetos com a instituição”, disse o gerente de Desenvolvimento Tecnológico do Senai Nacional, Marcelo Gaspar.

O total de recursos solicitados foi da ordem de R$ 42,2 milhões. No entanto, as duas entidades do Sistema S da indústria disponibilizarão R$ 10 milhões às empresas. “A demanda é muito maior do que os recursos disponíveis. Muitos desses projetos não poderão ser apoiados por falta de recursos,” lamentou Gaspar. Apenas para os projetos com o Senai foram solicitados quase R$ 31 milhões e para os projetos compartilhados cerca de R$ 7 milhões. A expectativa é de atender a seis projetos compartilhados com uma verba de R$ 1,8 milhão. A divulgação das propostas aprovadas deve ocorrer até dia 18 de junho.

Segundo o diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (PROTEC), Roberto Nicolsky, o fato da resposta à chamada pública ser quase três vezes maior do que a demanda do ano passado demonstra que um edital com esta estrutura, que custeia o apoio técnico e tecnológico para o desenvolvimento de projetos de inovação, se confirma como o mais adequado para atender pequenas e médias empresas. “Se o Programa Inovar para Crescer, proposto pela PROTEC, já tivesse sido implementado, poderia atender a toda demanda excedente”, observou, ressaltando que se trata de uma demanda qualificada de projetos de inovação que já passaram por uma pré-seleção rigorosa das unidades regionais do Senai e Sesi.

“Esperamos que as agências de fomento concluam seus estudos para implementar o Programa e poder atender esta demanda. O Brasil, ainda mais em um momento de crise como este, não pode se dar ao luxo de dispensar projetos de empresas que querem inovar para crescer”, concluiu Nicolsky.

O edital contempla todos os segmentos industriais, mas, este ano, as áreas que tiveram mais propostas foram metalmecânica, alimentos, eletroeletrônica, TI, têxtil e vestuário e os estados que se destacam em número de projetos enviados são Paraíba, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás. O aporte por proposta é limitado a R$ 200 mil em casos de projetos em parcerias com apenas uma das entidades, ou R$ 300 mil, caso a proposta envolva unidades do Senai e do Sesi conjuntamente. Além desses recursos, o CNPq/MCT vai direcionar R$ 2,5 milhões em bolsas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial.

(Fonte: Protec Notícias – 19/05/2009)

Empreendedorismo Digital


abrir empresaSerá que você não escutou nos últimos tempos uma conversa na mesa ao lado…
Eu quero abrir uma empresa.
– Ótimo. Você já fez o seu plano de negócios.
– Já sim
– Quem são seus clientes?
– Quem quiser.
– E como você fez os seus 4 Ps.
– Olha só não tem 4 Ps.
– Como não tem os 4Ps?
– E o seu preço?
– É gratuito
– E a sua praça?
– O mundo
– Então deste jeito não tem negócio que funcione! Sem preço, sem praça como você vai fazer promoção dos seus produtos e serviços!! Pense em outra idéia!

Esta conversa aconteceu em um Ponto de Atendimento há 05 anos e depois desta conversa este empreendedor digital não desistiu das sua oportunidade de negócios e abriu o Videolog.

Videolog_Em 2007, foi destaque como Empreendedor WEB pela revista Info na matéria Os 50 campeões da inovação“*. Um ano depois, foi apontado pela revista Exame como um dos jovens empresários da Web mais bem sucedidos em seu ramo, segundo a matéria “Geração pós Bolha“** . Mackeenzy é um dos fundadores e Diretor Executivo da empresa Videolog Inc que,  desde 2004, pesquisa e desenvolve soluções para transmissão e compartilhamento de vídeos. Entre seus principais clientes estão o Portal UOL, Sony Pictures Brasil, LocaWeb e Grupo Abril.

Um dos produtos idealizados por Mackeenzy é a mídia social colaborativa www.videolog.tv, o primeiro portal de compartilhamento de vídeos do mundo*** e um dos primeiros a permitir o compartilhamento de vídeos em alta definição (HD)****. O Videolog.tv reúne a maior comunidade de produtores de conteúdos audiovisuais da Internet Brasileira e, em 2008, exibiu mais de 65 milhões de vídeos.

Edson Mackeenzy é co-autor do livro “Internet – O Encontro de 2 mundos“, vice-campeão do prêmio de empreendedorismo “Ovelha Negra dos Negócios”, promovido pela revista ResultsON, e participou como palestrante e colaborador dos principais eventos de tecnologia, comunicação e negócios no Brasil e no exterior. Entre eles estão o Seminário Info de Redes Sociais, iMasters/Intercon, Campus Party Labs, Fórum de Mídias Sociais e Digitais, Fórum Internacional do Software Livre e Feira Internacional de Informática, Empreendedorismo e Negócios de Havana, Cuba.

Micro e pequenas empresas participam mais de subvenção


finep subvençãoSubvenção tem se firmado cada vez mais como ferramenta para pequenas empresas, que não dispõem de boas linhas de crédito como as grandes, afirma diretor de inovação da Fine.

O número de projetos apresentados por micro e pequenas empresas no programa Subvenção Econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) passou de 2.333, em 2008, para 2.280, em 2009. No cômputo geral do programa – que concede recursos não reembolsáveis para desenvolvimento de projetos inovadores -, porém, a participação delas passou de 87%, no ano passado, para 89%, neste ano.

Na avaliação do diretor de inovação da entidade, Eduardo Costa, os índices são positivos. Neste ano, os empresários tiveram de elaborar todo o projeto para a apresentação. No ano passado, tinham apenas de fazer um resumo. Só ao serem aprovados eram convocados a elaborar o conteúdo. Segundo ele, a subvenção tem se firmado cada vez mais como uma ferramenta para micro e pequenas. “As grandes têm outros mecanismos, linhas de crédito muito boas”, afirma. As pequenas, opina Costa, “não têm acesso ao crédito”.
Para o presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Guilherme Ary Plonski, o não crescimento revela também que demanda reprimida foi suprida pelos três editais anteriores. Desde 2006, quando o programa foi criado, foram contemplados 566 projetos. Costa diz que ainda é cedo para avaliar o impacto da redução do valor mínimo dos projetos de subvenção para micro e pequenas empresas. Até o ano passado, era de R$ 1 milhão; neste ano, foi para R$ 500 mil.
Para alguns, contudo, ela foi essencial para a participação na chamada de 2009. Exemplo disso é o sócio da LM Laboratórios Israel Barreira Motta, 44. “Se o valor mínimo fosse de R$ 1 milhão, inviabilizaria [a inscrição]”, comenta, esclarecendo que a contrapartida necessária teria de ser maior.

Fundos Inovar: propostas devem ser enviadas até junho

subvençãoA Finep divulgou a 10ª Chamada Pública de Fundos Inovar, fixando em 10 de junho, o prazo máximo para que gestores e administradores de fundos de Venture Capital (capital empreendedor) e Private Equity apresentem propostas de capitalização.

De acordo com o edital da chamada, estão aptas a pleitearem investimentos, empresas que exerçam ou pretendam exercer as funções de administrador e/ou gestão do fundo, com autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para prestar serviços de Administração de Carteira de Valores Mobiliários.

O resultado da pré-qualificação do processo será divulgado a partir do dia 16 de junho. Uma semana depois – entre os dias 22 e 26 de junho – os aprovados na primeira etapa deverão se submeter à avaliação da banca do programa. O parecer final deve sair a partir do dia 13 de julho.

A proposta de capitalização, que deve ser enviada através do e-mail incubadoradefundos@finep.gov.br, deve apresentar o seguinte conteúdo: foco do fundo em relação ao perfil de empresas, investimento máximo e mínimo do fundo por setor e por empresa, prazo de duração do fundo, e número de empresas a serem investidas.

O Inovar, que completou 9 anos neste mês de maio,é uma ação estratégica da Finep com o objetivo de promover o desenvolvimento das pequenas e médias empresas de base tecnológica, através do desenvolvimento de instrumentos para o seu financiamento.

De 2008 até 2010, a agência vai destinar R$ 330 milhões para cerca de 25 fundos de investimento nas três modalidades abarcadas pelo projeto que, além do Venture Capital e Private Equity, também inclui o Capital Semente (seed money), voltado para empreendimentos nascentes.

(Fonte: Convergência Digital – 15/05/2009 e Folha de S. Paulo – 17/05/2009)

Programa de Pré Incubação INCUBATIC


logo incubatcO Programa INCUBATIC tem por objetivo pré-incubar empresas nascentes com projetos inovadores e viabilizá-los no mercado oferecendo suporte para gestão de negócios e administração organizacional.

Os empreendedores submetem um projeto para avaliação, onde são avaliados a viabilidade do projeto, e o perfil empreendedor dos sócios por um especialista.

Nesta avaliação tenta-se perceber o know-how técnico da equipe e o expertise para o segmento que o projeto visa atender.

Após a empresa ser pré-incubada, capacita-se para uma metodologia para gerenciamento de projetos ágeis SCRUM e PMI.

O programa de pré-incubação contempla também: capacitação em gestão e empreendedorismo; capacitação técnica para gerenciamento de projetos. A maior parte dos cursos e palestras são ministrados pelo Sebrae, como Gestão, Empreendedorismo e Liderança. Com relação a gerenciamento de projetos opta-se também pela metodologia SCRUM, muito difundida atualmente para empresas de Tecnologia da Informação.

Esse método visa o gerenciamento de projetos com agilidade e coletividade, onde o colaborador é seu próprio gerente sendo acompanhado pelo SCRUM MASTER (Supervisor).

O programa de Pré Incubação INCUBATIC, é operacionalizado pela ICOMUNI Consultorias e atualmente conta com 2 empresas pré-incubadas, a WEB360Graus e a Lupa Soluções Inovadoras.

Maiores informações pelo telefone: 81 3445-2956

Novo site de busca inova para concorrer com Google


WolframAlpha

Um novo site de busca pela internet que irá concorrer com o Google foi lançada nessa segunda-feira.

Diferentemente de outros buscadores, o site Wolfram Alpha foi idealizado para dar respostas diretas às perguntas dos internautas em vez de encaminhá-los a uma lista de sites que contenham a informação.

A nova ferramenta se define como “motor de conhecimento computacional” porque busca por informações e dados e não por sites.

O novo sistema foi criado em abril pelo físico britânico Stephan Wolfram e, desde então, vem sendo testado pelo público.

Ao lançar uma busca pela temperatura do momento na cidade do Rio de Janeiro, o site não apenas informa quantos graus está fazendo na capital fluminense, como também apresenta um gráfico com o clima na cidade nos últimos dias e traz a previsão do tempo para as próximas 48 horas.

O Wolphram Alpha obtém as repostas a partir de consultas a diferentes bases de dados e fontes de informação relevantes.

A ferramenta de busca ainda soluciona equações matemáticas complicadas e organiza estatísticas.

Empresas de RH inovam e usam internet para testar candidato a emprego


psicoespaço

A Psicoespaço, por exemplo, criou o Programa Slim, com o objetivo de dar rapidez e eficácia à contratação de pessoal. Para agilizar a contratação e conseguir encontrar os profissionais realmente competentes, as empresas estão desenvolvendo novos métodos de recrutamento e seleção. Algumas utilizam até mesmo os sites de relacionamento para conhecer ainda mais aqueles que estão na disputa por uma vaga.

Segundo a gerente comercial da empresa, Carine Cardoso, a intenção é reduzir os custos. “O Slim foi criado em função da crise, pois muitas empresas queriam deixar de investir em recrutamento e seleção. Grande parte dos clientes é da área do varejo”, disse Carine.

Ela explicou que primeiro, a Psicoespaço seleciona os currículos cadastrados e faz a entrevista com quem está inscrito no banco de dados. Feito isso, os selecionados que atendem ao perfil são enviados à empresa. Aquele que se destaca é encaminhado para teste e finalmente contratado.

redes_sociaisJá a consultora de Recursos Humanos do Grupo Foco, Francilene Araújo, ressaltou que é cada vez mais frequente o uso da internet e de sites de relacionamentos, como o Linkedin, para conhecer possíveis candidatos.

“O Linkedin é uma rede de relacionamentos profissionais. Lá as pessoas trocam informações sobre carreiras e mercado de trabalho, por exemplo”, explicou.

Outro ponto destacado por Francilene é a procura por recolocação profissional em sites especializados. Segundo ela, é preciso ter cuidado ao se cadastrar para não ficar muito exposto ou cadastrar o currículo mais de uma vez no mesmo endereço.

Outra ferramenta usada pelas empresas, segundo o presidente da FranklinCovey Brasil, Paulo Kretly, é o Orkut. Ainda segundo ele, por meio desse site é possível observar várias características pessoais, como se o candidato é usuário de drogas, por exemplo. “Não adianta mentir, pois as empresas checam cada vez mais a vida pessoal do profissional”, avaliou.

Conforme a gerente de e-comerce da Catho Online, Branca Galdino, o site da empresa funciona como um classificado de empregos e currículos on-line. “Facilita a vida das empresas pois elas podem selecionar mais rapidamente, principalmente nessa época de crise”.

A psicóloga e consultora de RH da M M Assessoria e Consultoria Organizacional, Thaís Tebaldi Carvalho, destaca a importância de conhecer a vida do candidato.

“Entendemos que não há um João do trabalho e um João do barzinho. O João é o mesmo. É é preciso tentar buscar o maior número de informações possíveis para verificar quais as ambições, qual estilo de ação, quais valores e preceitos éticos definem o modo como aquela pessoa atua nos ambientes por onde passa”.

A inovação no negócio de call center da CSU CardSystem


CSU Call CenterA reestruturação do negócio de call center da CSU CardSystem, que teve início no ano passado e vai consumir R$ 18 milhões em investimentos, chega à reta final com o lançamento de uma nova marca e de uma unidade-modelo de atendimento.

Com aporte de R$ 10 milhões, devem estrear em julho as operações de uma planta em Barueri, na Grande São Paulo, que terá capacidade para abrigar 20 mil atendentes e fazer 46 milhões de ligações por mês. A nova unidade vai mais que triplicar a capacidade de atendimento da CSU, que hoje tem 8 mil funcionários trabalhando nessa área.

Batizado de Alphaview, o projeto é o passo mais ousado da companhia para recuperar a lucratividade do segmento de call center, cujos maus resultados vinham ofuscando até mesmo o desempenho da empresa em sua principal atividade, o processamento de cartões de crédito.

“A área de atendimento cresceu muito, mas nunca foi tratada como um negócio prioritário. A falta de foco gerou ineficiências”, afirmou ao Valor o presidente da CSU, Marcos Ribeiro Leite. A divisão de call center representou 36% do faturamento da CSU no primeiro trimestre, que foi de R$ 99,3 milhões líquidos.

Segundo o executivo, a unidade de Barueri foi desenhada com o objetivo de combater os problemas que tornavam as operações de call center menos eficientes, como a alta rotatividade e a falta de perspectivas dos atendentes. Para superar esses obstáculos, haverá no local uma universidade para os funcionários – que poderá ser gratuita, dependendo do desempenho de cada um deles -, além de médicos, serviços e facilidade de acesso aos meios de transporte.

A previsão é de que as mudanças na CSU vão se estender até novembro, quando a empresa pretende concluir a implantação de novas ferramentas tecnológicas – que estão sendo desenvolvidas internamente – para tornar mais ágil o processo de atendimento dos clientes.

A reestruturação da unidade de call center teve início no ano passado, com a ampliação das operações da companhia no Recife. Em contrapartida, foram fechadas as instalações de Santo André (SP) e Curitiba. Além de ser municípios mais caros, a mão de obra desses locais não via o teleatendimento como uma oportunidade de carreira, observou Leite.

O executivo afirmou que todas essas medidas ajudarão a reduzir os custos de operação. Com a adoção de novos sistemas de tecnologia da informação (TI), a estimativa é de um ganho de 15% na produtividade da empresa.

Para coroar esse processo, a unidade de teleatendimento terá uma nova marca. Sai de cena a CSU Telesystem e entra a CSU Contact.

A expectativa é dobrar, nos próximos 12 meses, o volume de clientes dos serviços de call center, que atualmente oscila entre 15 e 20 grandes empresas. Segundo Leite, a CSU quer se firmar como alternativa às unidades de teleatendimento das operadoras de telefonia e às pequenas empresas do setor. “Queremos nos posicionar como uma companhia de contact center independente”, ressaltou.

Para ele, a chegada da portabilidade numérica abre oportunidades para a CSU, ao permitir que as empresas que usam serviços de call center possam mudar de fornecedor sem trocar o número de telefone de atendimento. Segundo Leite, o benefício elimina um grande empecilho para as companhias de call center que não são ligadas às teles.

Os que SUPERAM a crise com INOVAÇÃO


Quais são os setores da economia e quem são os profissionais que passam ao largo da crise e fazem o País crescer.sem crise 1

Faz sete meses que o mundo não é mais o mesmo. Uma reviravolta econômica derrubou as bolsas, fez o crédito sumir da praça e o emprego secar. A boa notícia é que o Brasil também não é como antes. Poderia estar mais uma vez de pires na mão no Fundo Monetário Internacional, mas não. Virou credor do FMI. Enquanto a recessão ainda bate forte no Primeiro Mundo, os últimos indicadores econômicos brasileiros são alentadores.

“O tombo maior já passou”, diz o economista Eduardo Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Os dados de emprego de fevereiro e março revelaram um saldo de contratações de 44 mil trabalhadores com carteira assinada. A indústria, que havia despencado em 20% no último trimestre do ano passado, cresceu 4,8% nos primeiros três meses deste ano.

“O mercado interno tem dado sinais de retomada, o que é fundamental para a nossa economia”, afirma o economista Milko Matijascic, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mesmo nos momentos mais agudos da crise, alguns segmentos e regiões do País mantiveram o crescimento e o emprego em alta. Agora, devem puxar a recuperação. ISTOÉ mapeou esses paraísos, onde a palavra oportunidade está na ordem do dia.

“Não sabemos o que é crise”, diz o carioca Alexandre Feder, 39 anos. Com um crescimento previsto de 35% para o ano, a empresa dele, a Sete Ondas, fatura R$ 2 milhões por mês cultivando algas marinhas e comercializando carragena, um derivado usado para encorpar alimentos. Administrador de empresas, Feder – junto com o sócio, o engenheiro Hugo Meirelles – atua em um segmento em franca expansão: a aquicultura.

sem crise 2Cultivar plantas e animais aquáticos, como camarão, ostra, peixe e rã, é uma ótima oportunidade de negócio porque a pesca está estagnada há 15 anos. O consumo, porém, só aumenta. A venda de pescados cresce 15% ao ano apenas em supermercados brasileiros. Sadia, Perdigão e Frangosul são alguns dos clientes do empresário, que colhe 1,2 mil toneladas de algas por ano na região da Ilha de Itacuruçá (RJ).

Com apenas dois anos no mercado, ele está prestes a montar outras unidades, no Ceará e no Espírito Santo. Contratou 19 pessoas nos últimos seis meses e planeja abrir mais vagas. No País, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, 1.455 técnicos em aquicultura entraram no mercado de trabalho formal desde outubro.

“Precisamos de mão de obra porque esse é um setor que cresce demais”, afirma o ministro Altemir Gregolin, da Secretaria de Aquicultura e Pesca. A média de crescimento mundial nesse segmento é de 8% ao ano. No Brasil, o índice sobe para 20%. Além do desempenho do emprego neste setor, ISTOÉ analisou o de outras 600 famílias ocupacionais em parceria com Zylberstajn, da Fipe, e constatou que o terreno também é fértil em áreas como fisioterapia, turismo e tecnologia da informação (TI).

Há anos em alta, os profissionais de TI são requisitados, na bonança econômica, para desenvolver novos mercados. Nos períodos de turbulência, para obter produtividade e competitividade. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Software e Serviços de TI, nos próximos dois anos, 120 mil vagas serão criadas no setor.

“Tecnologia da informação é o remédio que dá energia para as empresas prosseguirem com musculatura”, diz Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, polo de tecnologia situado no Recife, que fechou o ano passado com 200 vagas abertas. Sócio da M2M, o empresário pernambucano Carlos Moreira, 42 anos, contratou 15 funcionários nos últimos seis meses.

Ele atua no desenvolvimento e na implantação de sistemas de compras via internet e estima um aumento de 60% no faturamento neste ano. A M2M está instalada no Porto Digital e toca 12 projetos para governos estaduais. No setor privado, cuida de outros 40. Entre seus clientes estão Coca-Cola, Medial Saúde e Riachuelo.

O mais recente é o governo do Estado do Rio de Janeiro, para o qual será implantado um sistema de automação para reduzir custos no processo de aquisição de bens e serviços. Engenheiro de software, cujo salário no Porto varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil, Raphael Rabadan, 24 anos, foi um dos contratados pela M2M para trabalhar no projeto do Rio, previsto para durar dois anos. “Não me preocupo com desemprego”, diz ele.

De acordo com o Ministério do Trabalho, 6.378 analistas de sistemas foram contratados desde outubro.

Outra área que vai de vento em popa é o turismo. O dólar caro inibiu as viagens para o Exterior, mas graças ao mercado interno o setor cresceu 20% só no primeiro bimestre. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o aumento do número de eventos nas áreas médica e empresarial sustenta a decolagem das vendas.

Lourdes Fellini, 64 anos, dona da operadora porto-alegrense que leva seu sobrenome, estima um faturamento 10% maior para este ano. E fez cinco contratações desde janeiro. “Precisávamos nos estruturar para esse cenário”, diz ela, que conta com 18 funcionários. Somente naquele Estado, de acordo com o Ministério do Trabalho, 119 turismólogos entraram no mercado e o salário subiu, em média, 18%.

Contratar também é a palavra de ordem na Lumiar Health Care, empresa paulista do setor de saúde, que está à procura de fisioterapeutas. “Preenchemos nove vagas e temos mais três abertas”, diz a gerente comercial Laura Mingues, 29 anos, herdeira da Lumiar, uma das líderes de vendas de equipamento de ventilação mecânica.

As áreas comerciais de empresas ligadas à saúde são um novo campo para esses profissionais. Nelas, o valor do conhecimento dos fisioterapeutas é fundamental em palestras e negociações com clientes. A Lumiar vende cerca de duas mil peças por mês e prevê crescimento de 40% para este ano. Dos 197 funcionários da empresa, 64 foram admitidos desde outubro.

Um dos nove contratados pela Lumiar neste período é o paulista Handerson Brochi – um dos 723 fisioterapeutas que entraram no mercado de trabalho desde outubro. Brochi passou os últimos sete anos sem férias e décimo terceiro salário. Trabalhava com home care de domingo a domingo. Acordava às 6h para cuidar de 12 pacientes e no final do mês engordava a conta bancária em R$ 5 mil. Mas queria colocar em ordem a vida pessoal.

“Minha esposa queria ir ao shopping e ao cinema comigo, mas ficava sozinha no apartamento no fim de semana”, conta. Hoje, aos 30 anos, ele dá expediente de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Viaja com a esposa a cada dois fins de semana, visita mais os amigos e planeja um filho para o fim do ano. Ainda não tem o salário de antigamente. Mas está ganhando o que dinheiro algum pode mensurar: felicidade.